
Solidão é sensação. Daquelas que se comprovam quando olhamos ao redor e descobrimos que por mais vozes que ressoem, por mais corpos que se movimentem, passos que sigam em frente, retrocedam, olhares que circulem, estamos conosco. Dentro de nós, em nós, num cotidiano oculto, transitando em paralelos que só abriguem o próprio eu.
Sim, solidão é sensação.
Fica clara aos meus olhos, palpável ao meu peito e audível, muito audível aos meus ouvidos, quando busco meu norte sem saber ao certo por onde começar a procurá-lo. Nem ao certo nem ao errado. Aperta, me consome, se faz ouvir.
Meus rios desabam em cachoeiras monumentais e suas águas não encontram tempo de intervalo para descanso. O barulho da correnteza é ensurdecedor. São tombos bruscos, quedas consideráveis e uma corrida incessante rumo ao sentido não encontrado.
Minha vida transita por destinos um tanto distintos e me confunde. Faz da minha esperança efêmera. Temo que eu nunca consiga me desprender da necessidade de compreensão.
Já me disseram que ninguém nasce para ser sozinho. Talvez tenham errado, talvez alguém tenha nascido.

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