
De repente uma calmaria interna se estabelece e é como se o desespero claramente adormecesse ou se despedisse. Alguns instantes mais tarde um “descontrole” se faz meu. Permaneço viva, mas não me sinto daqui. Continuo estranhamente distante até mesmo do que não notei longe de mim. As nuances que me acompanham diariamente soam o tempo inteiro como desconexas. Não duram, não encaixam, não se explicam, não tomam forma. Não fixam. Evaporam, desaparecem e dizem adeus com a mesma falta de sentido que chegaram dizendo olá. Me perco de mim. Mais. Tenho frios intermitentes. Ora nervoso, ora ansioso, ora ausente. Um bloco gelado de desconforto, descompasso e tudo o mais de desfavorável mergulhado em um poço fervendo de desejos opostos. Reconheço o que me faz tremer por dentro. A trilha sonora ressoa ao pé do ouvido. Há momentos em que todas as músicas do mundo parecem ter sido feitas sob medida para você, sua vida. Ou uma grande quantidade delas. Você se imagina com aquela fortaleza idealizada diante da dor ali guardada e que tão frágil lhe faz, incorpora a heroína da história que a canção lhe conta e se liberta por segundos. Grita (ainda que em pensamento), exterioriza, fantasia para logo em seguida se deparar com você mesma um pouco mais leve, porém com os mesmo anseios. Meu peito está inflado e não é de ar. Acho que a ronquidão me cairia bem.

Nenhum comentário:
Postar um comentário