E se eu te disser que com o passar dos dias as coisas não ficaram mais fáceis? Que o passar das horas ainda é lento e que você ainda rodeia minha mente mais de 90% do tempo como um fantasma que se recusa a ir embora? Que a lua ontem estava linda no céu e eu desejei que o meu telefone tocasse e fosse você dizendo que tudo isso foi só um mal entendido infeliz? Que eu acordei todos esses últimos dias me recusando a acreditar que tudo não passou de um pesadelo, não por querer continuar sentindo dor, mas por desejar profundamente que a dor simplesmente não tivesse razão de existir.
E se eu te confessasse que a nossa falta de contato, do contato que tínhamos, no tom que tínhamos, deixou um buraco imenso no meu dia-dia? E se eu te confessasse ainda que muitas vezes durante todos esses dias eu senti vontade de te ligar só pra te ouvir ou te mandar um email só pra contar que estava pensando em você e que graças a um restinho de equilíbrio e consciência que ainda vivem em mim eu não fiz nada disso?
E se como confidência, eu dissesse baixinho que seu corpo e seu toque ficaram em mim e latejam a cada vez que eu me lembro deles?
E se eu te contar que a saudade me sufoca? Que a solidão que sinto de você nesse momento é dolorosa demais e que a cada vez que penso que você mal se lembra do que aconteceu meu peito fica menor ainda? Que quando eu penso que essa falta existe só em mim eu chego a te odiar por alguns minutos (só por alguns minutos) por achar incompreensível como alguém que me deixou tanta saudade consegue ser tão indiferente a minha ausência? E que essa sua indiferença me faz sentir descartável, pequena como mulher e que essa é a parte mais difícil de assimilar? Que mesmo a culpa sendo toda minha, eu ainda não entendo? Que mesmo repassando mil vezes na minha mente os dois meses que passei com você eu não consegui encontrar o momento em que eu possa ter feito algo que ocasionasse o fim, mas que já parei de procurar explicação porque sei que não vou encontrar?
Que me enlouquecia o fato de que todas as vezes que eu achei ter te entendido eu descobri que estava completamente enganada, fosse de forma favorável ou não? E que mesmo assim eu não perdia a vontade de te descobrir?
E que, provavelmente, encerro aqui as minhas frases simplistas sobre tudo isso, porque não me esforçarei mais para tentar traduzir algo que por maior ou melhor que seja, se fará sempre incapaz de tocar você.

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