A cabeça é quem trai. A minha.
É ela que, assim que abro os olhos, me traz uma imagem sua e faz a saudade ficar mais apertada que o normal. Imagem aleatória, qualquer uma das que ela fez questão de guardar durante os 67 dias que dividiu com você. É ela que em qualquer pausa martela seu nome. É o que ela abriga, são as lembranças que ela não abandona. Ou que se recusam a abandoná-la.
Na impossibilidade de ter pausas eu não desligo. Me diz, o que é pior: o cansaço resultante da agitação mental ou os intervalos que cedem espaço aos pensamentos indesejados.
Eu quero. Porque? Pra que?
Eu sinto. Porque? O que?
Eu sinto. Porque? O que?
Quantos dias mais terei que lutar contra a sensatez que ainda me resta? Quantos dias mais terei que repetir as mesmas coisas pra mim mesma na tentativa vã de me convencer que foi melhor assim?
Melhor? Jura? Pra você talvez. Só pra você.
#saudadeapertadademais
